Coluna publicada na revista Bass Player Brasil
Tapping Percussivo
Nessa terceira coluna sobre
tapping demonstro uma opção que é
uma das preferidas entre os baixistas que preferem usar o baixo para o uso de
grooves, o tapping percussivo.
A idéia desse tipo de tapping é a
de se acrescentar notas abafadas onde dedos da mão direita ou a palma inteira
da mesma mão batem nas cordas perto da região final do braço. São notas
abafadas ou ghost notes que acrescentam ao groove efeitos de uma percussão.
Nos exemplos abaixo são usados
ascentos, descritos nas tablaturas com um X maiusculo na corda ré, e notas
abafadas, descritos nas pautas e tablaturas com um x minusculo na corda mi.
Todas as notas são tocadas percutindo a mão esquerda nas cordas apenas com a
técnica de Hammer-on, que é quando se pressiona as cordas sem o impulso da mão
direita.
No exemplo 1 demonstro a levada
básica em colcheias nos dois primeiros compassos e utilizando semi-colcheias
nos compassos 3 e 4. A levada usa a escala pentatônica em ré menor, oitavas e
aproximações cromáticas de 2 notas.
Nos exemplos 2 e 3 o primeiro
conceito básico usado por percussionistas, o ascento. Sugiro se tocar esse
ascento batendo com a palma da mão direita com maior força em todas as cordas
no final do braço. É importante se bater em todas as cordas ao mesmo tempo.
No exemplo 2 uso os ascentos nas
“cabeças” dos tempos 2 e 4, simulando uma caixa de bateria comum em pop/rock.
Algumas notas anteriores aos ascentos foram antecipadas em semi-colcheia, dando
assim uma caracteristica mais funk, onde se misturam os contras de
semi-colcheias com os ascentos nas “cabeças” de tempo. Essa opção é ótima
quando não há uma caixa de bateria ascentuando os tempos 2 e 4.
No exemplo 3 ascentuo os
contratempos antecipados de semi-colcheias dos tempos 2 e 4. Essa opção é
também ótima para se criar um efeito de percussão, que costuma ascentuar em
lugares diferentes da caixa da bateria quando esta ascentua nas “cabeças” dos
tempos 2 e 4.
Nos dois casos de ascentos
algumas notas se mantém no mesmo lugar enquanto que outras devem ser
antecipadas ou atrasadas para dar espaço aos ascentos. Também é possivel se
combinar ascentos nas “cabeças” e “contras” numa mesma levada. Sugiro que se
considere o que a bateria está fazendo para que o tapping soe mais como uma
complementação ritmica.
No exemplo 4 acrescentei notas
abafadas em tapping onde se deve encostar os dedos da mão esquerda em todas as
cordas e bater com o polegar da direita no final do braço na corda mi ou com os
outros dedos nas outras cordas. A intensidade deve ser menor do que a dos
ascentos. A idéia é a de “secar” as notas da levada tocando todas em
semi-colcheias, e então preencher todos os espaços entre uma nota e outra ou
entre as notas e os ascentos com esses abafados em semi-colcheias. Nesse
exemplo os ascentos estão nas “cabeças” dos tempos 2 e 4.
No exemplo 5 usei a mesma
técnica, mas os ascentos foram atrasados em semi-colcheia.
Outras opções de notas abafadas
em tercinas ou sextinas são possíveis, além de outras técnicas de notas
abafadas. Sugiro a criação de levadas com os dois tipos de ascentos. Até a
próxima com mais possibilidades de tapping.
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