segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Modos em Levadas

Coluna postada no Site Musictube.com.br. Audios disponiveis no site

AUDIO DA COLUNA ( NOVO )


Modos Gregos em levadas para contrabaixo – Zuzo Moussawer
Nesta coluna demonstro como aplicar os sete modos gregos em levadas para contrabaixo, nas parts e tabs a seguir está descrito o contrabaixo, mas no audio que acompanha a coluna estão demonstrados acompanhamentos também em guitarras, teclados e baterias em diversos estilos diferentes.
Todos os exemplos estão no tom central de Dó para facilitar a comparação de sonoridades entre eles. Na armadura de clave os modos com terça maior como Jonio, Lidio e Mixolidio estão demonstrados como tom de Dó Maior e os modos com terça menor como Dórico, Frigio, Eólio e Lócrio estão demonstrados como tom de Dó Menor. Os intervalos diferentes de cada modo entram como acidentes ocorrentes.
Em todos os exemplos o baixo passa por intervalos característicos, enquanto que sobre os acordes de acompanhamento, são usados aqueles que possuem a nota característica de cada modo, assunto esse que será explicado futuramente em uma coluna sobre Harmonia Modal. Para identificar qual nota do exemplo corresponde ao intervalo característico explicado abaixo, conte nas notas do modo dado entre parênteses, por exemplo, a quarta do modo Jônio de Dó é o Fá (quarta nota entre parênteses descrita abaixo).
Todos os exemplos usam o modo grego como centro tonal com exceção do modo Mixolidio, que em Blues é muito usada a aplicação por acordes. A seguir a descrição dos exemplos por modo e intervalo característico.
Ex. 1 – Modo Jônio – Maior - (C,D,E,F,G,A,B) : Passa-se pela terça maior, sétima maior, além do intervalo característico de quarta justa. Som mais “alegre” exemplificado num Reggae.
Ex. 2 – Modo Dórico (C,D,Eb,F,G,A,Bb) : Passa-se pera terça menor, sexta (intervalo característico) e sétima, acrescentei a blue note (Sol Bemol no exemplo de Dó), muito comum em black music. Som comum também em musica negra americana exemplificado num Funk americano.
Ex. 3 – Modo Frigio (C,Db,Eb,F,G,Ab,Bb) : Passa-se pela segunda bemol (intervalo característico), terça menor e sexta bemol. Som tenso e pesado exemplificado num Metal.
Ex. 4 – Modo Lídio (C,D,E,F#,G,A,B) : Passa-se pela quarta aumentada (intervalo característico), terça e sétima maior. Modo usado para sons que evocam “triunfo” e “glória” exemplificado num Metal Progressivo.
Ex. 5 – Modo Mixolídio (C,D,E,F,A,Bb) : Passa-se pela sétima (intervalo característico) e terça. É o modo maior da musica negra americana, (ao contrário do Dórico que é o menor), exemplificado num blues, onde é comum o uso da escala mixolidio para cada acorde, C e F neste exemplo, ao contrário da aplicação por centro tonal.
Ex. 6 – Modo Eólio – Menor natural (C,D,Eb,F,G,Ab,Bb) : Passa-se pela sexta bemol (intervalo característico), além da terça menor. Modo “neutro” com tendências para mais “triste” e “reflexivo”, exemplificado num rock.
Ex. 7 – Modo Lócrio (C,Db,Eb,F,Gb,Ab,Bb) : Passa-se pela quinta bemol (intervalo característico), e segunda bemol, além da terça menor. Modo mais tenso, pesado e down que o Frigio, exemplificado também num Heavy Metal.
Usar os Modos gregos como escalas “principais” é uma aplicação muito mais interessante do que usá-las como “extensões” da escala Maior. Usar um Ré
Dórico, Mi Frigio, Fá Lidio, etc... em cima de um tom de Dó Maior não apresenta nada de novo, pois as notas são as mesmas. É muito mais interessante a variação entre um Dó Mixolidio para um Dó Frigio por exemplo, pois nesse caso mudam-se as notas e acordes. Também é possivel a mudança dos modos e do centro tonal ao mesmo tempo como por exemplo de um Do Jonio para um Eb Lídio. As combinações são muitas. Bons estudos.







segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Coluna de Taping - Duas vozes simultâneas

Coluna sobre Tapping - Duas vozes simultâneas - Publicada na revista Bass Player Brasil - edição 07 - Audios no site www.bassplayerbrasil.com.br



Duas vozes simultâneas


     Nesta série de colunas abordarei diversas possibilidades para a aplicação do uso de tapping em musicas. Nesta primeira coluna abordo as possibilidades mais comuns para o uso de duas vozes simultâneas no baixo.
     No exemplo 1, melodias em duas vozes apresentadas em oitavas e terças. Nos dois primeiros compassos uso oitavas numa escala menor, a posição da mão direita é com a mão em direção ao chão, usando exatamente a mesma digitação da esquerda. Nos compassos 3 e 4 uso uma escala menor em sol na esquerda e uma escala maior em si bemol na direita (terça). Neste caso é importante a mesma quantidade de notas por corda para as duas mãos. Aconselho que se treine também em outras escalas, padrões e frases em geral nos dois casos.
    No exemplo 2, baixo na esquerda e acordes na direita em cima da harmonia  I Dm7 I G7 I C7M I A7 I.
Aqui uma aplicação para o estilo de swing jazz . Na linha de baixo uso aproximações cromáticas e notas dos acordes, escalas também poderiam ser aplicadas. Na mão direita foram usadas terças e sétimas ou o oposto. Essa é uma aplicação básica para baixos de quatro cordas, outros intervalos podem ser adicionados na direita para baixos de mais cordas. Sugiro a mesma aplicação para outros estilos musicais, por exemplo, pode-se tocar na direita o ritmo de uma linha de violão de um samba enquanto se faz as linhas de baixo na esquerda com as caracteristicas melódicas do estilo.
    No exempo 3, baixo na esquerda e melodia na direita em cima da mesma harmonia. A mão esquerda toca a mesma linha do exemplo 2 nas cordas mi e lá enquanto a mão direita toca uma melodia na escala de dó maior e com aproximações cromáticas nas cordas ré e sol, mão direita  em direção ao chão. Sugiro não se usar a mesma corda para as duas mãos.
    No exemplo 4, acordes estilo “dedilhado” na esquerda e a mesma melodia na direita, a diferença neste caso é a aplicação da melodia apenas na corda sol enquanto que os acordes na esquerda tocam as cordas mi, lá e ré. Nos acordes, algumas vozes comuns para acordes em três cordas seguidas, Tonica+3ª+7ª , 5ª+tonica+3ª e tonica+5ª+8ª. Assim como no exemplo anterior sugiro não se repetir cordas nas duas mãos. Baixos de mais cordas possibilitam o uso de mais cordas em ambas as mãos.
    Para cada uma das quatro aplicações há uma infinidade de possibilidades. Pode-se buscar fraseados mais complexos onde a coordenação das duas mãos seria o objetivo, treinando-se passo a passo, ou pode-se buscar naturalidade “improvisando” essa linhas de uma maneira mais natural. Nos dois casos exige-se um estudo muito grande dessa arte, mãos a obra e até uma proxima com mais possibilidades de tapping.